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sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Inseminação Artificial Homóloga Post Mortem

O problema de infertilidade humana abriga, sem dúvida, os maiores dilemas éticos da Medicina na atualidade. Os avanços da ciência colocam em debate preceitos éticos. Não podemos criar obstáculos às pesquisas científicas, mas não podemos esquecer preceitos éticos tão importantes na prática médica. As implicações dos modernos procedimentos da Reprodução Assistida nas relações humanas exigem profunda reflexão e não se exaurem no âmbito dos profissionais da área, dos pesquisadores, dos legisladores e dos juristas.

Desde o nascimento da inglesa Louise Brown, conhecida como o primeiro bebê de proveta do mundo, muitas questões éticas, com grande impacto na mídia e na opinião pública, têm sido colocadas à prova, seja em relação às mais simples e precursoras técnicas de Inseminação Artificial até as técnicas modernas de fertilização in vitro, passando pelas situações complementares como doação de óvulos, sêmen, embriões, sexagem, assim como o congelamento de material biológico reprodutivo e de embriões.

Normalmente, os especialistas em reprodução humana indicam a criopreservação de sêmen para pacientes que tem alguma doença que induza à infertilidade ou iniba a espermatogênese. Os candidatos usuais são indivíduos em idade reprodutiva e com qualquer tipo de câncer, que serão submetidos à radioterapia e/ou quimioterapia ou a cirurgias que possam com¬prometer o seu potencial fértil. Recomenda-se a criopreservação, antes do início do tratamento específico.

Além da preservação da fertilidade do paciente com câncer, há indicações para a manutenção de um banco de sêmen terapêutico para uso em técnicas de reprodução assistida, tais como:

Inseminação com sêmen do parceiro: nos casos de ausência temporária ou definitiva do mesmo, baixa freqüência sexual e disfunção erétil;

Programas de Fertilização In Vitro e micromanipulação de gametas: possibilita inseminações programadas em um mesmo ciclo de tratamento. Também permite a coleta fora do dia do procedimento de reprodução assistida, permitindo maior liberdade do paciente sem o estresse da coleta;

Criopreservação de sêmen para indivíduos que desejam ser submetidos à vasectomia, objetivando preservar a fertilidade futura;

Criopreservação dos espermatozóides obtidos durante microcirurgias para reconstrução do sistema reprodutivo, como a reversão da vasectomia;

Também se aplica a criopreservação dos espermatozóides obtidos por técnicas cirúrgicas do epidídimo ou do parênquima testicular para utilização em micromanipulação de gametas: ICSI - injeção intracitoplasmática de espermatozóides;

Criopreservação de sêmen de indivíduos que trabalham em profissões de alto risco, como por exemplo: mergulhadores de elevada profundidade, indústrias químicas, exposição a agrotóxicos e pesticidas e exposição a radiações ionizantes.

Temas como a gestação substituta (barriga de aluguel), a perspectiva de alguém ter um filho para possibilitar transplante de medula óssea para outro filho com leucemia, testes de paternidade, clonagem reprodutiva e congelamento de óvulos já foram tratados. O mote atual é a criopreservação de sêmen e a vontade do pai de ter um neto do filho morto.

A grande controvérsia acerca da inseminação artificial homóloga post mortem vem se caracterizando pela capacidade sucessória da criança concebida nesta técnica de reprodução assistida. A reprodução medicamente assistida, tida como um avanço para a comunidade científica, carrega controvérsias jurídicas, que com certeza trarão debates acalorados ainda.









sexta-feira, 20 de setembro de 2013

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

IIU

É a técnica mais simples de reprodução assistida. Nessa técnica, se manipulam em laboratório apenas os espermatozóides (gameta masculino).

Quando houver indicação de inseminação intra-uterina, o marido coleta o sêmen em laboratório, por masturbação. O sêmen é preparado também em laboratório. Preparar ou capacitar o sêmen significa separar os espermatozóides móveis e normais do líquido seminal, dos espermatozóides mortos e imóveis.


                                                     Técnica de capacitação espermática

 A inseminação intra-uterina está indicada em casos de infertilidade sem causa aparente (quando a mulher é jovem) e naqueles casos de fator masculino leve, quando após o preparo do sêmen se obtém um mínimo de 5 a 10 milhões de espermatozóides móveis. Freqüentemente se associa a inseminação intra-uterina à indução da ovulação na mulher.


Iseminação Intra-uterina

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Estudo em 3D

Um estudo da Universidade da Califórnia em Los Angeles (EUA) e da Universidade de Ciência e Tecnologia de Nanquim (China) traçou, pela primeira vez, o caminho do esperma em 3D, revelando trajetórias helicoidais e nadadores “hiperativos”.

Usando um chip sensor de silício, o principal autor do estudo, o professor de engenharia elétrica e bioengenharia Aydogan Ozcan, e sua equipe seguiram células obtidas a partir de um banco de esperma.
Luzes LED vermelhas e azuis foram usadas para gravar as direções das células. Mais tarde, um programa de computador combinou os dados para reconstruir os caminhos do esperma. 24.000 células em movimento foram analisadas durante o estudo. Em um determinado momento da pesquisa, os cientistas só puderam observar um número limitado de células em três dimensões. Então, usaram um novo microscópio em 3D para captar o movimento de mais de 1.500 espermatozoides.

Todos os dados coletados nas análises mostraram que os espermatozoides têm modos distintos de natação. A maioria segue um caminho “típico”, mais ou menos em linha reta, com uma rota irregular e voltas e reviravoltas inconstantes. Porém, alguns nadavam em um padrão helicoidal, ou padrão de saca-rolhas (4 a 5%).

Outros espermatozoides foram ainda rotulados de “hiperativos”, devido a suas mudanças bruscas de direção, que, por vezes, os faziam girar em sentido inverso.  Apesar das descobertas, os pesquisadores não sabem dizer ainda qual tipo de espermatozoide é melhor. Não há atualmente nenhuma relação conhecida entre a saúde de um espermatozoide e seu estilo de natação, mas a nova técnica de imageamento poderia abrir a porta para tais estudos no futuro, com o potencial de melhorar o conhecimento atual sobre fertilidade.

A técnica usada nessa pesquisa também pode ser útil para identificar o padrão de natação de outros micro-organismos, como os causadores de doenças como protozoários e bactérias.





sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Causas da Infertilidade

Infertilidade Feminina
 
Endometriose: É o crescimento de células que revestem internamente o útero em outros locais do organismo. É mais comum nos ovários, tubas uterinas, superfície externa do útero, entre outros, na maioria dos casos levando à infertilidade.

Obstrução tubária: É a obstrução das tubas de falópio, que impedem a passagem do óvulo em direção ao útero. Tubas bloqueadas podem ser resultado de doença inflamatória na pelve feminina, endometriose, cirurgia de uma gravidez ectópica ou laqueadura.

Infecções pélvicas: É a infecção dos órgãos reprodutores femininos, causada por uma ação bacteriana.

Incompatibilidade Muco Cervical/Espermatozóide: São distúrbios relacionados à interação muco espermatozóide, impossibilitando a gravidez.

Insuficiência de Corpo Lúteo: É caracterizada por uma produção diminuída de progesterona, impossibilitando a manutenção da gravidez.

Idade: É um fator de grande importância na infertilidade feminina. A capacidade dos ovários produzirem óvulos declina com a idade. Depois dos 35 anos da mulher, cerca de 1/3 dos casais enfrentam problemas de infertilidade. Quando a mulher atinge a menopausa precisará contar com óvulos de doadoras para engravidar.

Infertilidade Masculina
O homem participa como fator causal isolado ou associado na infertilidade, mas geralmente há problemas na produção do esperma, que podem ser de nascença ou desenvolvidos no decorrer da vida. Aspectos relevantes interferem na fertilidade do homem.

Anomalias Congênitas: Criptorquidias, Api/hipospódias, Agenesia de deferente.

Exposição a fatores de risco que afetam a espermogênese: Irradiações, Quimioterápicos, Calor, Pesticidas, algumas medicações, Doenças febris prolongadas, Puberdade Precoce, Retardo Puberal.

Hábitos de vida: Etilismo, Tabagismo, Drogas ilícitas.

Cirurgias pregressivas: Herniorrafias iguinais, Cirurgia de colo vesical, Simpatectomias e linfodenectomias, Retroperitoniais, Vasectomias

Traumatismos: Raquimedulares, Escrotais, Torções de cordão

História sexual: Disfunção erétil, Antecedentes de DST( Doenças Sexualmente Transmissíveis), Infecções recorrentes do trato urinário.




quinta-feira, 12 de setembro de 2013

História

                                         Foto: http://afilosofia.no.sapo.pt/proveta.jpg


As primeiras experiências de inseminação artificial foram no século XIV, onde os povos árabes buscavam uma criação de uma raça de cavalos mais fortes e resistentes.Com o desenvolvimento da agronomia, houve várias tentativas de inseminação artificial em animais e plantas, muitas com sucesso. Especificamente no ser humano, as primeiras noticias históricas datam do século XV, quando a técnica teria sido utilizada em D. Joana de Portugal, casada com Henrique IV de Castela.

O livro "A Reprodução Assistida em face da bioética e do biodireito", de Tycho Brache Fernandes, relata de forma detalhada as técnicas de inseminação artificial. Refere-se, ainda, que já no século XIV se realizava a inseminação artificial em peixes, e, no século XV, no bicho de seda.

(...) no século XVIII foram produzidas algumas experiências nesta área, sendo que em 1767 o alemão Ludwig Jacobi trabalhava com a reprodução de peixes, enquanto o abade italiano Lazzaro Spallanzani, em 1777, logrou obter a fecundação de uma cadela por meio da inseminação artificial, nascendo, daí, três crias.

Posteriormente, em 1785, Thouret, decano da faculdade de Medicina de Paris fecundou sua mulher estéril, aplicando-lhe uma injeção intravaginal de seu esperma.

Em 1790, o inglês John obteve a gravidez de uma mulher aplicando na vagina o esperma do marido hipospádico. O francês Girauld, em 1838, relatou o sucesso em oito casos experimentados, um dos quais com gravidez gemelar. Jaime Marion Sims, no ano de 1866, obteve sucesso em experimento com a introdução do liquido seminal no canal cervical de mulher o que foi repetido em 1871 por Gigon d’ Angulême(...)

Durante a II Guerra Mundial, milhares de crianças norte-americanas foram geradas com o sêmen de soldados que lutavam no pacifico, tendo o mesmo ocorrido com soldados ingleses durante a Guerra da Coréia. Nos Estados unidos a Suprema Corte de Nova Iorque declarou a legitimidade dessas crianças, porem na Inglaterra a Câmara proibiu a inscrição como legitimas, de crianças em razão da doação de sêmen de doador anônimo.

Mas a primeira tentativa de inseminação artificial em humano foi em 1970, quando o médico inglês John Hunter praticou a inseminação artificial em determinada mulher utilizando-se o sêmen de seu marido impossibilitado de procriar em face de uma deformidade da uretra. O Dr. John não foi reconhecido nem aplaudido, pelo contrário, foi rejeitado pela sociedade e pela medicina da época.

Em 25 julho de 1978 nasceu na Inglaterra Louise Brown, o primeiro ser humano fruto de uma reprodução in vitro, técnica pela qual também foi concebida Ana Paula Caldeira que veio nascer em 7 de outubro de 1984, tornando-se o primeiro ser humano nascido no Brasil pela mesma técnica.


Na foto: o primeiro "bebê de proveta" em seu aniversário de um ano, Louise Brown.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Entenda a diferença e os tipos

Muitas pessoas confundem inseminação artificial com fertilização “in vitro”, mas qual a diferença entre elas?

Na fertilização “in vitro”, o óvulo feminino é fecundado por espermatozoides fora do corpo da mulher, sendo, depois de fecundado, implantado no seu útero. Já na inseminação artificial, os espermatozoides são introduzidos no interior do útero da mulher, a fim de fecundarem o óvulo, não sendo necessária a retirada dos óvulos do seu corpo.

Há dois tipos de inseminação artificial:
A Inseminação Artificial Intracervical(IC), em que o esperma é inserido no cérvix e;
A Inseminação Artificial Intrauterina (IU), em que o esperma é inserido no útero.

Na inseminação artificial intracervical, o esperma é injetado no cérvix através de uma seringa. Esse método reproduz a forma como o esperma é depositado pelo pênis, no cérvix, no momento da ejaculação.

Na inseminação artificial intrauterina, os espermatozoides passam por um “tratamento”, no qual somente os que estão aptos a fertilizar permanecem. Feito isso, os espermatozoides são depositados diretamente no útero, após a mulher passar por um tratamento que induz a ovulação.

A inseminação artificial intrauterina tem algumas vantagens sobre a inseminação artificial intracervical, porque nesse tipo de inseminação não é necessária a presença de muco cervical, importante para a migração dos espermatozoides até o óvulo. Outro fator vantajoso é que na inseminação artificial intrauterina, como os espermatozoides são inseridos além do colo do útero, aumentam-se as chances de fecundação, pois haverá um maior número de espermatozoides aptos na cavidade intrauterina.

Antes da realização de qualquer método de inseminação artificial, é preciso que haja uma estimulação ovariana na mulher. Essa ovulação é induzida de forma controlada através de hormônios para evitar a hiperestimulação ovariana e consequente gravidez múltipla. A taxa de sucesso da inseminação artificial fica em torno de 10% a 15% na inseminação artificial intracervical; e de 15% a 20% na inseminação artificial intrauterina, mas em ambos os casos é preciso levar em consideração outros fatores, como idade e saúde da receptora.


Foto: google.com

O que é?

A inseminação artificial é uma técnica que consiste na deposição mecânica do sêmen no aparelho genital da mulher. A inseminação intrauterina ou inseminação artificial, utiliza-se em casos em que os espermatozóides não conseguem atingir as trompas. Consiste em transferir, para a cavidade uterina, os espermatozóides previamente recolhidos e processados com a seleção dos espermatozóides morfologicamente mais normais e móveis. A inseminação intrauterina (IIU) foi introduzida em Portugal, em 1985, no Porto. Esta inseminação pode efetuar-se com esperma do casal ou, em caso de infertilidade masculina, com espermatozóides de um doador.(Acesse: www.doesemen.blogspot.com) Os critérios de seleção dos doadores são rigorosos, baseados em diversos exames relativos ao estado de saúde e da qualidade dos espermatozóides.